.::. OS BONNIES - Os Bonnies

www.osbonnies.com.br
» Lançamento: Independente



A banda Os Bonnies, quarteto formado por Arthur Rosa (guitarra e voz), Thiago Araújo (guitarra e voz), Olavo Luiz (baixo e voz) e Rafael Barros (bateria), surgiu no cenário do rock natalense em 2000 e desde o início mostrou a que veio. Com uma pegada visceral e básica, o som dos potiguares é apresentado neste segundo CD – o tal ‘disco azul’ – de uma maneira mais segura, comprovando o amadurecimento musical da turma. Apesar de soar despretensioso, o disco injeta novo gás para felicidade geral dos fãs do bom e velho rock’n roll: seja country, rockabilly ou baladinhas, Os Bonnies marcam um gol de placa ao mesclar várias fases do gênero.

Escalada para participar do Festival DoSol 2009, a banda segue com sua característica irreverência cantando aventuras e desventuras, paixões, desilusões e outros conflitos que assolam a vida de qualquer adolescente – sim, apesar da faixa etária já ter passado da casa dos 22 anos, a temática das letras sempre retomam essa fase da vida. Em muitos momentos, os vocais lembram o estilo ‘Mutantes’ de ser.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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.::. FINO COLETIVO - Fino Coletivo

www.myspace.com/finocoletivo
» Lançamento: Dubas



Suingue de primeira qualidade não é um artigo fácil de se encontrar nesses tempos de pasteurização eletrônica. Formada por Adriano Siri (voz), Alvinho Cabral (guitarra e voz), Alvinho Lancelloti (voz), Daniel Medeiros (baixo e voz) e Marcus Coruja (bateria), a banda Fino Coletivo resume em 12 faixas a boa fase da black music brazuca e convida o ouvinte incauto a entrar no balanço do samba-rock com alma funk. A música “Tarja Preta”, entre outras, comprova que o quinteto sabe por onde anda e está na área para fortalecer o gênero criado pelo Trio Mocotó e o próprio Jorge Benjor.

Aliando o suingue orgânico com algumas (boas) intervenções eletrônicas, o pessoal Fino Coletivo começou sua história em meados de 2005, após encontro dos alagoanos Wado e Alvinho Cabral com o compositor carioca Marcelo Frota. Passada a fase experimental, entre a dupla nordestina e o músico carioca, resolveram formalizar o novo projeto ao juntar as turmas. Estava formado o quinteto, num caso de afinidade à primeira vista. As composições, como era de se esperar, surgiram com naturalidade.

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www.nacaozumbi.com.br
» Lançamento: Chaos/Sony



Marco do movimento Manguebit, o já clássico “Da Lama ao Caos” comemora seus 15 anos soando cada vez mais atual. Álbum de estréia que catapultou o ‘meteoro’ Chico Science ao estrelato, o trabalho consegue ser – ao mesmo tempo – moderno e extremamente ligado às tradições, e pontua uma ruptura estético-sonora que muitos especialistas garantem ser o movimento mais significativo desde o Tropicalismo. Co-autor do Manifesto “Caranguejos com Cérebro”, faísca que fez eclodir o Manguebit, Chico Science recebeu as devidas homenagens no último dia 18/set em São Paulo, quando a Nação Zumbi protagonizou show comemorativo que contou com a participação de Fred 04 (parceiro de Science no Manifesto), Otto e B. Negão.

Em tempo: o ‘bit’, que sintetizou como símbolo do movimento uma parabólica fincada na lama da “Manguetown”, acabou sendo interpretado pela imprensa especializada como ‘beat’, de batida, e acabou chegando com essa nomenclatura ao grande público. Porém, independente da terminologia, o que importa é sua influência percebida até os dias de hoje.

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.::. ESSA BOE [single] - MC Priguissa

www.myspace.com/mcpriguissa
» Lançamento: Coletivo Records



O rapper potiguar MC Priguissa, um dos nomes cogitados para representar o hip hop do RN na edição 2009 do Festival Mada, chega na área com uma misturada azeitada de dancehall, raggamuffin, reggaton, embolada, carimbó e, claro, hip hop. Elogiado pelo antropólogo Hermano Vianna e pela atriz/apresentadora Regina Casé, ambos antenados com a produção cultural que ecoa nas periferias espalhadas pelos quatro cantos desse ‘brasilzão’, Priguissa coroa parceria com o DJ Pro.efX (Belém, PA) ao lançar o single “Essa Boe” pelo Coletivo Records.

Cheia de personalidade, gírias e referências locais, a música foi apresentada ao grande público durante o Festival MPBeco deste ano, confirmando o MC como uma das boas novidades dentro do cenário independente de música. Poeta urbano e porta-voz de sua geração, Priguissa busca inspiração para sua ‘batida perfeita’ na paixão platônica por uma “boe cheia de mistério”. O potiguar iniciou sua jornada artística em 2003 e, antes , participou de vários grupos de Rap em Natal.

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.::. 1 REAL - DJ Dolores

www.myspace.com/djdoloresaparelhagem
» Lançamento: Ziriguiboom Brasil



Misturando tudo o que aparece pela frente, o sergipano Helder Aragão lança seu terceiro álbum com a mesma fórmula certeira de “Contraditório?” (2002) e “Aparelhagem” (2005): música eletrônica, forró, rock, carimbó, maracatu, rabecas e letras contextualizadas com a urbanidade de Recife. Radicado em Pernambuco desde o final da década de 1980, Helder, ou melhor, DJ Dolores acompanhou a explosão do Movimento Manguebit (ou beat) e soube captar a essência sonora que move experimentações que pipocam a todo instante por aquelas bandas.

Em “1 Real”, Dolores extrapola possibilidades e deixa para trás quem quer ou pretende rotular seu trabalho. Apostando valiosas fichas no mercado internacional, o artista reassume sua vocação cosmopolita e “toca o terror” nas pistas escoltado por parceiros como Tiné (Academia da Berlinda), Mônica Feijó, Silvério Pessoa e Hugh Cornwell, da inglesa The Stranglers.

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www.myspace.com/lapupuna
» Lançamento: Independente



A capa do disco pode não ser das comportadas, mas o conteúdo deste trabalho da banda paraense La Pupuña é de tirar o chapéu. Lançado apenas na internet, por questões de direitos autorais, a versão tupiniquim do antológico “The Dark Side of the Moon” (1973) é uma verdadeira pérola que pode causar mal estar nos fãs mais ortodoxos da banda inglesa Pink Floyd. Assim como a versão jamaicana (“The Dub Side of the Moon”, do grupo Easy Stars, All Stars), “The Charque Side of the Moon” também pode servir como trilha sonora para o filme “O Mágico de Oz” por coincidir repertório e tempo de cada música.

A La Pupuña, considerada uma das grandes revelações da música pop brasileiral, foi criada pelo vocalista e guitarrista Luiz Félix e surgiu no cenário em meados de 2004 com a intenção de materializar a fusão entre guitarrada, rock, surf music, carimbó e outros ritmos do norte do Brasil. O resultado comprova que em tempos de globalização não há limites nem fronteiras.

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.::. SÁTIRO - Antônio Ronaldo

» Lançamento: Independente



O álbum “Sátiro” é como um supertime de futebol: a escalação certeira de craques é meio caminho andado para ganhar qualquer peleja. Antônio Ronaldo, bem dizer, entra em campo com o jogo ganho ao lado de figuras conhecidas como Manassés Campos (produtor), Jubileu Filho (arranjos e direção musical), Cida Lobo e Geraldo Carvalho (participações especiais), Di Stéffano (bateria), Jailton (percussão), Chico Bethoven (sax e flauta), Zé Hilton (sanfona), Paulo Eduardo (teclados), Klênio Jonessy (trombone) e Sérgio Farias (mixagem e masterização).

Em “Sátiro”, o cantor e compositor potiguar canta sua cidade, refaz caminhos e lembra de passagens que ficaram gravadas na memória de uma geração que iniciou toda a atividade artística que insiste em pulsar na capital do RN. Melodias delicadas, romantismo e regionalidade são os ingredientes principais deste trabalho.

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www.myspace.com/gilbertoscomebacon
» Lançamento: GRV Discos



Faturar a primeira edição do Festival Universitário de Música em Brasília, com um punk-rock crossover de responsa diga-se de passagem, uma cidade que é berço de nomes como Legião Urbana e Plebe Rude, não é para qualquer time – que o diga Eduardo Cayrã e João Angelini (voz), Luamar Ronan e Fábio Baroli (percussão), André Valente (trompete), Camila Soato (baixo), Moisés Crivelaro (guitarra) e Márcio Mota (bateria): Gilbertos Come Bacon. O disco apresenta dez faixas bem produzidas, recheadas por letras bem humoradas, politizadas, socialmente engajadas e até surreais como “Piolho”, que traz participação especial e espontânea do baiano Tom Zé.

Dá para perceber a origem nordestina no som dos Gilbertos a partir das referências que pontuam todo o trabalho: um misto de zabumbas urbanizadas com guitarras regionalizadas, muita percussão e ótima performance vocal. O octeto chega na cena para temperar o acelerado e rude punk-rock com uma pegada mais tupiniquim.

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www.myspace.com/mipv
» Lançamento: Independente



Como o próprio longo nome já diz: essa banda, de uma pessoa só, faz Músicas Intermináveis Para Viagem(!). A gaúcha Laura L (guitarra), que se apresenta sempre acompanhada de um baterista convidado [foto com Dudu Essarts], engata a primeira e segue em frente sem reduzir durante todo percursso do álbum homônimo. A formação lembra os irmãos Jack e Meg White (Stripes), porém a sonoridade está mais próxima da dupla Lado 2 Estéreo, Josh e Julliano, lá do Piauí – que hoje só existe na internet.

O embalo hipnótico do rock progressivo serve como trilha sonora para pequenos deslocamentos ou as maiores viagens, pois as faixas vão se sucedendo de maneira discreta e contínua, como um mantra “que vai do lounge à distorção, experimentando diferentes sonoridades e ritmos (do jazz ao eletrônico)” – uma espécie de trip rock. O M.i.p.V. surgiu em Porto Alegre RS em 2004 e já circulou pela Itália e Alemanha.

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.::. POEMÚSICAS - Dácio Galvão

» Lançamento: Nação Potiguar/Série Galantes



A poética potiguar e a inspiração que sopra e transborda no litoral norte-rio-grandense, lá para as bandas de Tibau do Sul, Baía Formosa e Canguaretama, se encontram neste trabalho do escritor, compositor e poeta Dácio Galvão. Com produção bem cuidada e ótimo projeto gráfico assinado pelo artista Afonso Martins, Poemúsicas é, na verdade, uma grande ousadia para os padrões da província: conceito, conteúdo, contexto e participações luxuosas de artistas consagrados pontuam todo o álbum.

Recheado por vocalizações e experimentos eletro-percussivos, o CD passeia entre momentos introspectivos, assobiáveis e, digamos, dançantes – sim, é possível balançar ao som do xote jazzístico “Toada da Barra do Rio Grande”, interpretada por Dominguinhos; bater o pé durante a embolada “Tudo no Palavras tem”, executada por Paulinho Boca de Cantor; e dançar ciranda com a Banda Didá, que canta/recita “Cuba”. Zé Celso Martinez, Arnaldo Antunes e Walter Franco também ilustram esta compilação poética-visual-sonora.

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.::. ALEGRIA GIRAR - Validuaté

www.validuate.com
» Lançamento: Bumba Records



Apesar da proximidade geográfica, pouco sabemos o que está sendo produzido no Piauí. Para dar uma equilibrada nesta afirmativa, o sexteto Validuaté chega na área com o disco “Alegria Girar”, e ataca o ouvinte incauto com um repertório eclético e livre de rótulos pré-definidos. A banda apresenta uma proposta que mescla a pegada do rock, a cadência do samba e o apelo radiofônico da música pop. Na esteira de nomes como Los Hermanos e Vanguart, Validuaté aposta em boas letras e na mistura estilos.

Formado por Quaresma (voz, viola, gaita e escaleta), Thiago E. (cavaquinho e pandeiro), Vazin (guitarra e violão nylon), Júnior (guitarras), Wagner Costa (baixo) e John Well (bateria), o grupo pretende fazer a diferença falando de amores e urbanidades com um sotaque próprio – regional e cosmopolita – sem ser arrastado ou caricato. A poesia dá fartos sinais de influência em “A lenda do peixe francês”, traz trecho declamado por Isaac Bardavid. A vinheta de abertura sampleia Ferreira Gullar, e Zéu Britto participa de “Bruta como antigamente”.

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www.myspace.com/bandanetoloboeacacimba
» Lançamento: Independente



Nem só de axé, batucada e acarajé vive a Bahia; charque, rapadura e ‘embolada cibernética’ também fazem parte do cardápio musical dos baianos. Neto Lobo e a Cacimba chegam na área, diretamente da terra dos Orixás, com uma proposta que mistura raízes sertanejas, tecnologia, sonoridades do universo pop e letras que remetem ao cotidiano nordestino.

Apesar de (também) falar da seca, do trabalho dos bóias-fria e das dificuldades de se sobreviver onde há pouca perspectiva, Neto Lobo passa longe de tratar o assunto com lamentações e outros clichês do gênero. A banda procura mostrar a baianidade, a resistência das tradições e o lado poético-positivo da realidade vista e vivida no interior do Nordeste. Amores rurais, rock, hip hop e a sensação sentir a chuva molhar o rosto e alimentar a terra também fazem parte dessa viagem ao coração do Brasil.

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