O novo site da Tribuna do Norte está nos finalmentes e sua implantação é gradativa e continuada. Ou seja, a página da coluna Ondas Curtas, no canal Opinião/Colunas, está para entrar no ar a qualquer momento...

Além do 'lêi-áuti' mais agradável e funcional, posso adiantar que o sistema de navegação por publicações anteriores melhorou bastante e há uma nova área para mostrar atualizações recentes, mais lidas e mais comentadas.

Em tempo: esta semana Ondas Curtas sintonizou o mega-ultra-power-trio potiguar Os Poetas Elétricos (RN), o cantor Fábio Jorge (FRA/SP) e a banda Quasimodo (SP).


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.::. IMALT - Alexandre Atmarama

www.mudernage.com.br
» Lançamento: Mudernage

[ouvir] Alexandre Atmarama - Gita



A música do potiguar Alexandre Atmarama hipnotiza, leva o ouvinte ao transe logo na primeira faixa. Álbum lançado em 2008 pelo selo Mudernage, “Imalt”, na verdade, é o nome de uma nova técnica criada por Atmarama para se tocar o bom e velho violão acústico. O neologismo é definido pelo próprio como o “pulsar de cordas consecutivas, alternando a direção do ataque com os dedos da mão direita, especialmente com o indicador, médio e anular - (i, m, a + alt, de alternar). É algo semelhante a palhetas agindo conjuntamente.” São doze músicas e apenas um violão gigantesco e flexível ocupando todas as brechas da melodia, composições para contemplar detalhes que massageiam e mantém a audição alerta.

Muito provavelmente o violonista azeitou seus experimentos sensoriais a partir da vivência com a filosofia e ensinamentos orientais, daí o transe. E, apesar da ordem das faixas ser perfeita para se entrar em alpha, ouça primeiro a faixa cinco – “Gita” – para começar a entender a obra.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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.::. ANGENOR - Cida Moreira

www.luamusic.com.br
» Lançamento: Lua Music

[ouvir] Cida Moreira - O Mundo é um Moinho (Cartola)


O grande cantor e compositor Angenor de Oliveira ganha um presente caprichado da cantora paulistana Cida Moreira. São dezesseis músicas assinadas com seu nome de guerra, Cartola (1908-1980). Romântico, o repertório foi organizado pela artista e pelo produtor Omar Campos. Lançado em 2008, o CD presta justa homenagem ao centenário de nascimento de um dos grandes gênios da música brasileira, responsável pela ‘embalagem definitiva’ (no melhor sentido da expressão) do produto número um exportação: o samba.

Cida Moreira faz um trabalho enxuto, mas cheio de personalidade e dedicação, onde piano, metais e violão entram na cadência da percussão e criam uma atmosfera nostálgica e sentimental. Tudo muito tranqüilo, light. Destaque para a participação de Oswaldinho do Acordeon na música “Feriado na Roça”. Co-fundador da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e autor de pérolas como “O mundo é um moinho”, Cartola será sempre lembrado pelo legado de sua obra.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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.::. ACIMA DA CHUVA - Volver

www.volver.com.br
» Lançamento: Senhor F Discos

[ouvir] Volver - Dispenso


A imediata sensação de já ter ouvido ‘tal’ música em algum lugar tem seus prós e contras – como dizem: uma faca de dois gumes. Se por um lado o fio corta o viés radiofônico com grande potencial para virar hit entre a turma da cena ‘indie’, do outro fica a impressão de que é a versão de algo que já cruzou seu caminho. Enfim, coincidência ou não, a banda Volver é daquelas que apostam na pegada rocker, letras sentimentais e experimentos eletrônicos.

Jogando no time de bandas como a finada Los Hermanos, os pernambucanos apresentam um disco consistente, maduro e bem resolvido – por mais que o perfil se confunda com outros trabalhos, a Volver está entre as boas novidades da recente safra de grupos que buscam um lugar ao Sol. O CD traz 11 faixas cujas temáticas giram em torno do frescor da descoberta, do amor juvenil e das idas e vindas que marcam qualquer personalidade.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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.::. MAR - Tico da Costa

www.myspace.com/ticodacosta
» Lançamento: NaturalMente



Em primeiríssima mão para a coluna Ondas Curtas, o cantor e compositor Tico da Costa apresenta a versão final do seu mais recente trabalho, “Mar”, lançado no final de junho em terras potiguares pouco antes de zarpar em nova turnê pela Europa. Como o álbum foi todo gravado na Itália, o plano inicial do selo NaturalMente era lançar antes no Velho Mundo para depois chegar por essas bandas, mas o artista ficou empolgado com a crítica do EP em abril (publicada aqui na TRIBUNA DO NORTE) e resolveu antecipar o nascimento oficial do CD. São dez faixas embaladas pelo vai-e-vem do mar e recheadas pela genialidade simples do areiabranquense, especialista em brincar com palavras e melodias.

Com arranjos caprichados e inserção de instrumentos do universo erudito, “Mar” se equilibra entre a sutileza dos clássicos e a brasilidade despretensiosa. Entre jangadas, ondas, sal, Sol e Iemanjá, Tico ainda recebe a luxuosa participação do experiente arranjador e pianista norte-americano Philip Glass – que assina a música “Metamorphosis”.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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www.myspace.com/exexus
» Lançamento: Independente



O primeiro contato com o quarteto pernambucano Ex-Exus, formado por Ricardo Maia Jr., Bruno Freire, João Marcelo Ferraz e Amaro Mendonça, pode causar estranheza e certa dose de curiosidade no ouvinte incauto. Apostando numa mistura interessante de rock experimental, psicodelismo nonsense e letras soturnas, a banda dá uma renovada e sacode a tal cena ‘Indie’ (no melhor sentido da palavra) com originalidade e sem receio de rótulos. Apesar da sonoridade não ser das mais comerciais e passar longe do trivial radiofônico, vale a pena dar uma conferida na proposta dos Ex-Exus.

Como eles mesmos dizem: “O verdadeiro Exu não faz mal a ninguém, mas joga para cima de quem merece! (...) Ajudam a limpar (ou a sujar), encaminham espíritos para luz ou para outros lugares do astral inferior. Os Ex-Exus retiram da música os espíritos obscuros, fazem, refazem e desfazem os trabalhos viciados sem medo de acusações de clichê, populismo ou vaidade”. Ouça “Tubo de despacho” e, se elas existirem, exorcize as mazelas.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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.::. GODS & GASOLINE - Oil Filter

www.myspace.com/oilfilterlive
» Lançamento: Lua Music

[ouvir] Oil Filter - Mechanical Advantage


Projeto de música eletrônica capitaneado pelo produtor paulista Gonçalo Vinha, Oil Filter trafega há cerca de 15 anos pelos caminhos do techno, da tekhouse e do trip hop – três vertentes do balaio ‘bate-estaca’ e prato cheio para clubbers, fashionistas, embalados e descolados de plantão. Sucesso certeiro nas pistas do mundo e ‘raves’ da vida, o ritmo – invariavelmente frenético – faz qualquer um bater o pé e/ou balançar o esqueleto sem perceber: não à toa, Oil Filter se apresenta em festivais como o Skol Beats, festas badaladas no eixo Rio-São Paulo e em pistas dos Estados Unidos e Europa.

Porém, para quem não é um ‘iniciado’ no gênero, as músicas podem soar repetitivas e cansativas – tudo bem, também concordo que a repetição é uma das características da música eletrônica, mas tudo depende de como as batidas são manipuladas. Este é o segundo CD do artista, cujo foco está no mercado internacional.

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.::. PIRATININGA - Aquilo Del Nisso

www.myspace.com/aquilodelnisso
» Lançamento: Independente

[ouvir]  Aquilo Del Nisso - Forrobodó


O quarteto paulistano Aquilo Del Nisso, formado pelos músicos Alê Damasceno (bateria), Celso Marques (flauta, pífanos, sax), Beba Zanettini (piano) e Robertinho Carvalho (baixo), presta justa homenagem à terra da garoa no álbum “Piratininga” – não por acaso o nome da aldeia que deu origem à maior cidade brasileira. Instrumental, o grupo trabalha a música de forma visual ao propor possíveis ‘trilhas sonoras’ a detalhes urbanóides que margeiam o cotidiano da metrópole, como o agito comercial da rua 25 de Março, a relação de amor e ódio com o poluído rio Tietê ou o ‘êxodo’ em direção ao litoral que mobiliza a população durante feriados prolongados.

Buscando imprimir brasilidade e certo despojamento a um gênero essencialmente cosmopolita, Aquilo Del Nisso não se detém a arranjos complexos, virtuosismos ou arranjos sofisticados, pelo contrário, suas interpretações estão sempre abertas a momentos de improvisação.

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.::. CHICO BETHOVEN - Chico Bethoven

» Lançamento: Cajueiro Discos

[ouvir]  Chico Bethoven - Merengue de São Francisco


A qualidade do trabalho do instrumentista Chico Bethoven é incontestável: músico de mão cheia, o saxofonista já participou da gravação de discos de diversos nomes da música potiguar e brasileira. Nos anos 1990, saiu em turnê com o pessoal da banda carioca Cidade Negra e atualmente faz dobradinha com o irmão Jubileu Filho no comando da Perfume de Gardênia (www.bandaperfumedegardenia.com.br). Com um repertório predominantemente autoral, o primeiro álbum solo de Chico Bethoven se esforça para não cair na armadilha ‘som de elevador à la Kenny G’ – não que falte apuro técnico e artístico na interpretação, falta ousadia.

Hoje em dia, nesses tempos de música globalizada e concorrência planetária, soar diferente é o que faz com que artistas chamem atenção do público e da mídia. Intercaladas por bons momentos de solos rebuscados e improvisos virtuosos, as 11 faixas (destas, três tem letra) também flertam com a música eletrônica, o reggae, além de ritmos nordestinos e caribenhos.

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.::. AUM SOHAM [EP] - Aum Soham

www.aumsoham.com
» Lançamento: Independente

[ouvir]  Aum Soham - Cântico


Trabalhar com música eletrônica não é tão fácil quanto se imagina ao ver músicos manipulando batidas e apertando botões, ainda mais quanto se acrescenta letras nas composições. O artista, meio mineiro meio paulista, mas com os dois pés no mundo, apresenta uma prévia – que passa longe dos ‘bate-estacas’ da vida – do CD “Magnético”, a ser materializado no segundo semestre deste ano.

Visto como um dos primeiros brasileiros a incorporar o sampler (simplificadamente, um aparelho que manipula e cola sons) e o uso de loops (repetições sonoras), a música de Aum Soham tem a medida certa do que chamam de “eletronicidade orgânica”, onde as bpm’s se fundem com maestria a ruídos de boca, nariz, saliva e garganta. Como no Brasil a arte não comercial e a vanguarda encontram dificuldades para se estabelecer, este EP foi lançado nos Estados Unidos antes de chegar aos ouvidos tupiniquins.

[ link original da crítica na Tribuna do Norte ]


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www.luamusic.com.br
» Lançamento: Lua Music

[ouvir] Otto - Tenho Raiva de Quem Sabe (Noel Rosa)


Noel Rosa está para o samba assim como o próprio ritmo está para a música brasileira. Boêmio, precoce e genial, o carioca do bairro de Vila Isabel viveu apenas 26 anos e sua curta carreira de nove anos como profissional foram suficientes para ser imortalizado por suas canções de letras críticas, debochadas e invariavelmente politizadas. Neste caprichado lançamento da Lua Music, a trilha sonora do filme – que traz Camila Pitanga e Paulo César Pereio no elenco – faz um apanhado significativo da obra do sambista: são 29 faixas interpretadas pelos próprios atores-cantores e outras artistas que orbitam o universo do poeta urbano, entre eles o pernambucano Otto, na música “Tenho raiva de quem sabe”.

Com produção assinada pela dupla Luís Felipe de Lima e Arto Lindsay, o álbum é uma homenagem à altura da personalidade de Noel e uma seleção de primeira para quem deseja respirar o compositor.


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.::. ALL STARS - Perfume de Gardênia

www.bandaperfumedegardenia.com.br
» Lançamento: Cajueiro Discos

[ouvir] Perfume de Gardênia - Vem Menina Vem


Como o próprio nome diz, todas as estrelas estão no CD da banda Perfume de Gardênia: além dos músicos titulares (capitaneados pelos irmãos Jubileu Filho [foto] e Chico Bethoven), um time excepcional foi escalado para reforçar o álbum “All Stars”. Na esteira da música caribenha, a orquestra latina coloca todo mundo para dançar e cantar com um repertório que mistura o lado brega no jeito de falar de amor, com salsa e merengue. As letras, o ritmo... todo o conjunto ‘caliente’ suscita o contato físico, suor, coreografias ensaiadas, enquanto o naipe de metais faz intervenções incendiárias.

O disco gravado em 2004 só foi mixado em 2008, e é um cartão de visitas e tanto pela qualidade musical, arranjos e interpretação – porém esqueceram de colocar telefone de contato e/ou endereço eletrônico. Boa parte das letras são da própria banda e parceiros, mas alguns clássicos como a brega-dançante “Cofrinho de Amor”, do paraibano Genival Santos, estão entre os destaques do repertório.


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www.luamusic.com.br
» Lançamento: Lua Music

[ouvir] DJ Zé Pedro - Infinito Circular (Marisa Monte)


A proposta do DJ Zé Pedro não é nova, mas a seleção do disco “Essa moça tá diferente” é bem interessante: o produtor de música eletrônica remixou algumas pérolas do Samba, da Bossa Nova, do pop/rock brazuca e da MPB interpretadas por mulheres que fazem parte da memória sonora do brasileiro, nomes como Nara Leão (“Mal me quer”), Maysa (“Canto de Ossanha”), Fernanda Takai (“Ta-hi”), Cássia Eller (“Na cadência do Samba”), Zélia Duncan (“Todo o amor que houver nessa vida”), entre outras.

São 14 faixas que traçam um gráfico de altos e baixos: algumas versões são bem resolvidas (“Trem Azul”, por Elis Regina; “Eu quero é botar meu bloco na rua”, por Maria Alcina; e “Infinito Circular”, por Marisa Monte), e outras se perdem no já batido ‘bate-estaca’ – soam parecidas e tiram a paciência de quem não está no clima ‘baladinha’.


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